quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Fala galera! tudo bem? Este texto é de autoria de Ailathan e é muito bom e merece ser lido!Lotem os comentarios


São Paulo, 16 de Maio de 2010.


Eu gostaria de um fundo preto agora. as cores, eu as amo. mas elas são tão fabulosas que requerem e me tiram toda a atenção. me distraem.

palavras.

Eu gostaria de entender por que existe tanta ênfase nelas. tanta determinação na expressão. por que as coisas são sempre suficientes para que sejam expressadas? as palavras me ensinaram a ser idagativa. e insuficiente, também. não é preciso que as pessoas te entendam. não à partir do momento em que você se torna visível. as pessoas vivem perguntando as coisas. elas nunca vêem nada. estão, na maior parte de seus dias, vendadas. pelo aconchego, ou simplesmente pela preguiça. às vezes eu acho que quem não vê, sou eu.

os cegos não são todos iguais. existe uma classe para isso.
eu tenho medo do escuro.

Primeiro, existem os cegos. os que não enchergam. os que não respiram. os que não tocam. os que não sentem. os que pararam de viver antes mesmo de morrer. aqueles que fecham os olhos. ainda assim, não posso julgá-los, a realidade dói. mas estes cegos escolhem não ver, pra conseguirem dormir sem preocupações..

Segundo, existem os cegos. os que não sabem. os que não entendem. os que não sabem ler nem escrever. os que não tem medo da dor, mas que a evitam, por se sentirem indiferentes. que tem seus próprios e existentes mundos. aqueles que calam a verdade, sem pudor, para privilégio único. ainda assim, não posso julgá-los. o mundo os criou. a história os traça a cada minuto. eles vem de antes de tudo. desde o pequeno erro.
Às vezes , quase sempre, acho que a falta de compaixão é falta de exemplo. por mais que acredite no poder do ser humano. por mais que o mundo nos ensine, o sistema nos mostra como devemos não acreditar em nossas próprias vidas. Ou ao menos se esforça para isto.
terceiro. existem as pessoas que não possuem visão. deficientes. acidentadas. sequeladas. feridas... essas então, não há julgamento, pré-conceito... não há nada, aliás.
mas o que é enchergar? são só imagens projetadas? só luz? enchergamos hoje tênis, calças, blusas e acessórios. rodiados de palavras.

As pessoas falam o tempo todo e sempre deixam a desejar afinal, nunca entendem o que dizem.
onde está o significado das palavras?

o homem não decidiu até hoje se veio da areia, da costela ou do macaco.
eu sou contraditória, a vida não me dá outra escolha.
e eu? eu só tento segui-la.

meus pés doem.

nos dias, há responsabilidade.

Eu nunca entendi muito bem, e acredito que quando entender já vá estar longe de tudo mas, essa minha preocupação toda com tudo o que eu nunca vi me é a melhor e a pior companhia. eu não deveria me culpar pelo que não fiz. mas se deixei de fazer... me preocupo.

Eu gostáva de quando tinha 12 anos e sonhava realmente. eu não sou frustrada. mas os meus sonhos mal arquitetados parecem distantes. por mais que eu tente provar para eu mesma que eles estão a um salto de distância.

como é difícil crescer. é tudo tão igual. a platéia anda cada vez menor, meu querido.

21:21

eu tenho medo do escuro.

Eu sou feliz. e na maior parte dessa semana eu estive alegre. mas é muito delicado estar alegre o tempo inteiro. eu tenho medo de me esquecer do mundo. eu não quero.
me apego então, nas lembranças.

Em 6 anos descobri muitas coisas. daqui há dois meses eu completo meu décimo oitavo ano. vocês sabem o que isso significa? é muito forte. meu tempo está ficando pequeno e o dele também.

ninguém nunca avisou que seria tão difícil.

Eu estou exausta para sempre começar de novo, mas dessa vez eu vou ter que me decidir. onde estão meus sonhos?

Eu entendo se você não estiver me entendendo, às vezes também me perco. é que são muitas lembranças, e elas não tem uma ordem, não necessáriamente. são todas intensas e muito vivas em mim e presentes no que eu sou.

De vez em quando eu me convenço de que sou anormal, mas não louca. é tudo bem real. tão real que é quase inacreditável, e parece redundante mas, não é sempre que se reconhece tudo que se vê.

eu falo demais.


meu nome é Ailathan, e esse livro é sobre onaicram.
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4 comentários:

Kaum disse...

vou falar a verdade..

me deu um nó no cerebro...

3 anos estudando exatas me deixaram desacostumado a ler textos dificeis...

mas q é um texto bonito..isso é...

"Às vezes , quase sempre, acho que a falta de compaixão é falta de exemplo."

principalmente essa passagem

Anônimo disse...

Encontrei alguem tão confuso quanto eu!
Adorei

Phelps disse...

Essa Nathalia é uma poeta

Okman disse...

e o marciano deve ser uma grande inspiração

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