Esse post é uma visão pessoal sobre a obra da escritora Marion Zimmer Bradley, As Brumas de Avalon, uma tetralogia (A Senhora da Magia, A Grande Rainha, O Gamo Rei e O Prisioneiro da Árvore) que conta a já conhecida saga arthuriana, por uma perspectiva bem diferenciada, não se atendo aos campos de batalha e as reuniões da Távola Redonda, mas sim a uma abordagem psicológica e social das personagens envolvidas.
O tema do post foi sugerido pelo Okman, dado que as pesquisas que ele fez sobre o livro sempre indicam análises gerais, como “um livro cheio de reviravoltas, conflitos e surpresas...”, então eu, Shadowplayer, que já li a obra, vou mostrar uma visão um pouco mais crítica e pessoal sobre a saga. A intenção não é contar a história, apesar de já conhecida, então esteja livre para a leitura.
Antes de começar a ler os livros saiba que se você está à procura de guerras homéricas, Excalibur cortando cabeças ou coisa do tipo, fuja desse livro. Marion aborda uma visão feminina dos fatos e adota como personagem central da trama, Morgana, irmã de Arthur, que teve um filho deste último.
É interessante notar, no decorrer dos livros, a curva que ocorre no comportamento dos personagens, estes, pelos conflitos do cotidiano, vão se transformando, principalmente Morgana, que ao fim da saga pode ser considerada outra personagem.
A senhora da Magia
O período do primeiro livro envolve do nascimento de Arthur, até a sua ascensão a Rei. Simultaneamente Morgana, sua irmã mais velha, é levada a Avalon para sua iniciação na velha magia das sacerdotisas.
Pessoalmente, este livro foi para mim o pior da saga, um grande desafio terminá-lo. O livro é meio arrastado, diálogos intermináveis e sem sentido futuro, não ocorrem grandes acontecimentos e, se você possuiu um mínimo conhecimento sobre as histórias arthurianas saberá que a maioria das personagens desenvolvidas no decorrer do livro serão descartadas ou morreram. Esse fato ocorre também em livros como Senhor dos Anéis, visto a primeira parte descritiva da Sociedade do Anel, que foi um desafio para muitos leitores continuarem a ler ou não.
Uther Pendragon, pai de Arthur e conquistador da Bretanha, foi um dos poucos personagens que me geraram certa curiosidade e admiração, mas suas características fortes e heróicas foram destruídas no decorrer da história. Sim, foi uma decepção, mas há um motivo, como dito anteriormente, o livro faz uma análise psicológica e social, e por mais que um grande personagem fosse jogado fora, não deixa de ser interessante acompanhar a natureza humana de como isso ocorre com ele e com outros personagens.
Ao fim deste livro, em um ritual de Avalon, Morgana tem relações com seu irmão Arthur, sendo que ambos não sabiam da identidade de seus parceiros no ato.
A Grande Rainha e O Gamo Rei
Nos dois livros seguintes, agora com os personagens melhor estabelecidos e a ambientação mais relevante (Arthur como rei e seu casamento com Guinevere), tornam a seqüência extremamente proveitosa.
Há o surgimento dos cavaleiros da Távola Redonda, dando ênfase à entrada mais significativa de Lancelot, este último se tornando um dos focos da autora, além do nascimento secreto de Mordred, filho de Morgana com Arthur.
Guinevere, esposa estéril de Arthur e católica fanática, acaba por desvirtuar o marido dos caminhos das velhas sabedorias de Avalon, fato que gera a irá do povo das fadas (assim são chamadas as pessoas nativas de Avalon), visto que Arthur recebe o apoio destes para que a cultura e a devoção a Deusa sejam mantidos. Excalibur, a famosa espada de rei Arthur, também foi uma ferramenta de governo e poder, oferecida pelo povo das fadas ao rei.
Em ambos os livros há uma abordagem mais massiva em temas sexuais, bem como perversões, estupro e um suposto homossexualismo de Morgana e Lancelot.
O Prisioneiro da Árvore
Este livro segue a qualidade dos dois anteriores, sendo um dos ápices a descoberta do adultério de Guinevere com Lancelot, a queda dos princípios de Avalon através de Kevin, sucessor do Mago Merlin, entre outros. O desfecho da história de Arthur já é conhecido, mas resta dizer que o modo como a autora rege a história é excepcional, valendo a leitura da obra.
Contato: shadowplayer@espiraldestrutiva.com
O tema do post foi sugerido pelo Okman, dado que as pesquisas que ele fez sobre o livro sempre indicam análises gerais, como “um livro cheio de reviravoltas, conflitos e surpresas...”, então eu, Shadowplayer, que já li a obra, vou mostrar uma visão um pouco mais crítica e pessoal sobre a saga. A intenção não é contar a história, apesar de já conhecida, então esteja livre para a leitura.
Antes de começar a ler os livros saiba que se você está à procura de guerras homéricas, Excalibur cortando cabeças ou coisa do tipo, fuja desse livro. Marion aborda uma visão feminina dos fatos e adota como personagem central da trama, Morgana, irmã de Arthur, que teve um filho deste último.
É interessante notar, no decorrer dos livros, a curva que ocorre no comportamento dos personagens, estes, pelos conflitos do cotidiano, vão se transformando, principalmente Morgana, que ao fim da saga pode ser considerada outra personagem.
A senhora da Magia
O período do primeiro livro envolve do nascimento de Arthur, até a sua ascensão a Rei. Simultaneamente Morgana, sua irmã mais velha, é levada a Avalon para sua iniciação na velha magia das sacerdotisas.
Pessoalmente, este livro foi para mim o pior da saga, um grande desafio terminá-lo. O livro é meio arrastado, diálogos intermináveis e sem sentido futuro, não ocorrem grandes acontecimentos e, se você possuiu um mínimo conhecimento sobre as histórias arthurianas saberá que a maioria das personagens desenvolvidas no decorrer do livro serão descartadas ou morreram. Esse fato ocorre também em livros como Senhor dos Anéis, visto a primeira parte descritiva da Sociedade do Anel, que foi um desafio para muitos leitores continuarem a ler ou não.
Uther Pendragon, pai de Arthur e conquistador da Bretanha, foi um dos poucos personagens que me geraram certa curiosidade e admiração, mas suas características fortes e heróicas foram destruídas no decorrer da história. Sim, foi uma decepção, mas há um motivo, como dito anteriormente, o livro faz uma análise psicológica e social, e por mais que um grande personagem fosse jogado fora, não deixa de ser interessante acompanhar a natureza humana de como isso ocorre com ele e com outros personagens.
Ao fim deste livro, em um ritual de Avalon, Morgana tem relações com seu irmão Arthur, sendo que ambos não sabiam da identidade de seus parceiros no ato.
A Grande Rainha e O Gamo Rei
Nos dois livros seguintes, agora com os personagens melhor estabelecidos e a ambientação mais relevante (Arthur como rei e seu casamento com Guinevere), tornam a seqüência extremamente proveitosa.
Há o surgimento dos cavaleiros da Távola Redonda, dando ênfase à entrada mais significativa de Lancelot, este último se tornando um dos focos da autora, além do nascimento secreto de Mordred, filho de Morgana com Arthur.
Guinevere, esposa estéril de Arthur e católica fanática, acaba por desvirtuar o marido dos caminhos das velhas sabedorias de Avalon, fato que gera a irá do povo das fadas (assim são chamadas as pessoas nativas de Avalon), visto que Arthur recebe o apoio destes para que a cultura e a devoção a Deusa sejam mantidos. Excalibur, a famosa espada de rei Arthur, também foi uma ferramenta de governo e poder, oferecida pelo povo das fadas ao rei.
Em ambos os livros há uma abordagem mais massiva em temas sexuais, bem como perversões, estupro e um suposto homossexualismo de Morgana e Lancelot.
O Prisioneiro da Árvore
Este livro segue a qualidade dos dois anteriores, sendo um dos ápices a descoberta do adultério de Guinevere com Lancelot, a queda dos princípios de Avalon através de Kevin, sucessor do Mago Merlin, entre outros. O desfecho da história de Arthur já é conhecido, mas resta dizer que o modo como a autora rege a história é excepcional, valendo a leitura da obra.
Contato: shadowplayer@espiraldestrutiva.com
1 comentários:
orivel nao tem oque quero
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