Neste post será feita uma análise de uma das mais aclamadas Grafic Novels já publicadas, Watchmen. Eleito pela revista Time como um dos 100 melhores romances desde 1923, Watchmen, carrega consigo uma série de outros prêmios e condecorações e, aqui, você descobrirá que não é à toa e nem suficientes tais honrarias.
Enredo
A Grafic Novel conta a história um grupo de pessoas, os Watchmen (Vigilantes, em tradução livre), que, desprovidas de qualquer poder ou habilidade especial, dão a cara a bater na busca por justiça, sendo que tal justiça deve ser encarada, pelo leitor desse post e desenformado sobre Watchmen, como um conceito extremamente mutável e pessoal.
As razões pelas quais os personagens iniciaram o combate ao crime também é muita variada, o que faz com que o grupo seja extremamente heterogêneo. Dentre essas razões estão o senso de justiça de um policial, traumas de infância, a oportunidade de realizar certos fetiches, enfim, diversas espirais destrutivas.
A falta de um senso de justiça comum e a humanidade característica de cada um, acaba por formar um grupo fadado ao fracasso, senão simplesmente há corrupção pessoal, seja dos mais diversos modos.
A trama inicia-se pela morte misteriosa de um dos mais fanáticos e extremistas membros do grupo, o Comediante, que após anos de luta na ilegalidade das ruas, trabalhava para o governo como uma espécie de Militante Extreme. Rorschach, um dos membros mais distantes e problemáticos (leia louco) do grupo, teme que haja um plano para dar um fim nos justiceiros encapuzados e, assim, começa sua busca por verdades.
Universo Watchmen
A HQ se passa em plena Guerra Fria e as visões políticas e sociais infestam cada comentário irônico e pertinente ao assunto. Por diversas vezes os heróis mascarados são questionados em relação a sua atitude moral, sendo vinculados a movimentos nazistas.
Alan Moore também faz uma análise em relação à condição social desenvolvida a partir do momento que a existência de heróis é comum a sociedade. No Universo Watchmen, não mais é vigente a cultura de quadrinhos de super-heróis, devido ao fato, talvez, dos mesmos, serem uma realidade próxima e nem um pouco idealizada.
Em seu lugar, os leituros de HQ’s no universo de Watchmen aproveitam os Contos de Cargueiro Negro, história sobre piratas e suas aventuras em uma terra fictícia. Detalhes como esse e outros, mostram a maestria com que Alan Moore rege seu pequeno mundo pessoal.
Apêndices
O conteúdo principal de Watchmen é mostrado no quadrinho de maneira similar a qualquer HQ atual, porém Watchmen se diferencia por conter uma quantidade substancial de informações em anexos localizados no fim de cada volume.
Nesses apêndices, por exemplo, podemos ler trechos do livro do antigo Coruja, membro do grupo que antecedeu os Watchmen, os Minutemen. O livro, Sob o Capuz, conta passagens de sua vida como herói, e da uma visão particular desse mundo conturbado.
Outro apêndice é uma descrição sobre Dr. Manhattan, o único personagem com super-poderes da Grafic Novel e que, ao longo da história, vai abandonando sua humanidade de tal modo a ser potencialmente uma ameaça, visto que as expectativas da população americana, em relação a possíveis conflitos nucleares com a URSS, estão depositadas nele e o mesmo se torna indiferente aos acontecimentos dos diminutos seres humanos.
Um dos mais interessantes e impactantes apêndices é a ficha de Rorschach do hospital psiquiátrico, nela, são contadas suas origens e o leitor passa a ter uma noção de todo o turbilhão emoções e acontecimentos que deram origem a uma dos personagens mais enigmáticos e sádicos do HQ.
A adaptação de Watchmen para os cinemas fez o papel de ser uma cópia exata do HQ, assim, existem criticas em relação à falta de um roteiro para o filme, que condensaria os fatos de maneira mais elaborada. No filme eles mudam alguns acontecimentos no final da trama, que não serão abordados aqui, mas que são perfeitamente aceitáveis e compreensíveis.
Seja lendo a HQ ou vendo o filme, Watchmen é de ótima qualidade e perfeito para aqueles que estão cansados de heróis bonzinhos e de suas realidades idealizadas, vale a pena conferir!
Contato: shadowplayer@espiraldestrutiva.com
A Grafic Novel conta a história um grupo de pessoas, os Watchmen (Vigilantes, em tradução livre), que, desprovidas de qualquer poder ou habilidade especial, dão a cara a bater na busca por justiça, sendo que tal justiça deve ser encarada, pelo leitor desse post e desenformado sobre Watchmen, como um conceito extremamente mutável e pessoal.
As razões pelas quais os personagens iniciaram o combate ao crime também é muita variada, o que faz com que o grupo seja extremamente heterogêneo. Dentre essas razões estão o senso de justiça de um policial, traumas de infância, a oportunidade de realizar certos fetiches, enfim, diversas espirais destrutivas.
A falta de um senso de justiça comum e a humanidade característica de cada um, acaba por formar um grupo fadado ao fracasso, senão simplesmente há corrupção pessoal, seja dos mais diversos modos.
A trama inicia-se pela morte misteriosa de um dos mais fanáticos e extremistas membros do grupo, o Comediante, que após anos de luta na ilegalidade das ruas, trabalhava para o governo como uma espécie de Militante Extreme. Rorschach, um dos membros mais distantes e problemáticos (leia louco) do grupo, teme que haja um plano para dar um fim nos justiceiros encapuzados e, assim, começa sua busca por verdades.
Universo Watchmen
A HQ se passa em plena Guerra Fria e as visões políticas e sociais infestam cada comentário irônico e pertinente ao assunto. Por diversas vezes os heróis mascarados são questionados em relação a sua atitude moral, sendo vinculados a movimentos nazistas.
Alan Moore também faz uma análise em relação à condição social desenvolvida a partir do momento que a existência de heróis é comum a sociedade. No Universo Watchmen, não mais é vigente a cultura de quadrinhos de super-heróis, devido ao fato, talvez, dos mesmos, serem uma realidade próxima e nem um pouco idealizada.
Em seu lugar, os leituros de HQ’s no universo de Watchmen aproveitam os Contos de Cargueiro Negro, história sobre piratas e suas aventuras em uma terra fictícia. Detalhes como esse e outros, mostram a maestria com que Alan Moore rege seu pequeno mundo pessoal.
Apêndices
O conteúdo principal de Watchmen é mostrado no quadrinho de maneira similar a qualquer HQ atual, porém Watchmen se diferencia por conter uma quantidade substancial de informações em anexos localizados no fim de cada volume.
Nesses apêndices, por exemplo, podemos ler trechos do livro do antigo Coruja, membro do grupo que antecedeu os Watchmen, os Minutemen. O livro, Sob o Capuz, conta passagens de sua vida como herói, e da uma visão particular desse mundo conturbado.
Outro apêndice é uma descrição sobre Dr. Manhattan, o único personagem com super-poderes da Grafic Novel e que, ao longo da história, vai abandonando sua humanidade de tal modo a ser potencialmente uma ameaça, visto que as expectativas da população americana, em relação a possíveis conflitos nucleares com a URSS, estão depositadas nele e o mesmo se torna indiferente aos acontecimentos dos diminutos seres humanos.
“Deus existe, e é americano”
Um dos mais interessantes e impactantes apêndices é a ficha de Rorschach do hospital psiquiátrico, nela, são contadas suas origens e o leitor passa a ter uma noção de todo o turbilhão emoções e acontecimentos que deram origem a uma dos personagens mais enigmáticos e sádicos do HQ.
A adaptação de Watchmen para os cinemas fez o papel de ser uma cópia exata do HQ, assim, existem criticas em relação à falta de um roteiro para o filme, que condensaria os fatos de maneira mais elaborada. No filme eles mudam alguns acontecimentos no final da trama, que não serão abordados aqui, mas que são perfeitamente aceitáveis e compreensíveis.
Seja lendo a HQ ou vendo o filme, Watchmen é de ótima qualidade e perfeito para aqueles que estão cansados de heróis bonzinhos e de suas realidades idealizadas, vale a pena conferir!
Contato: shadowplayer@espiraldestrutiva.com
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