quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

My Chemical Romance – Inovação e criatividade

Atualmente, quando se trata de música, vivemos na época dos rótulos. Para boa parte das pessoas de grande conhecimento e bom gosto musical, que acompanham assiduamente a ótima programação da MTV (devo atentar a ironia contida na última frase, para os mais desavisados), você deve ser Metaleiro, Happy Rock, Emo, ou seja lá qual for a classificação da sua tendência “única e imutável”.

Para a salvação dos mais alternativos e diferenciados ainda temos algumas bandas que conseguem fugir dessas amarras sócio-musicais e despontarem como salvadores dentre aqueles que se abriram ao seu som. Uma dessas bandas incríveis é o My Chemical Romance.

A banda surgiu em New Jersey quando Gerard Way, o vocalista, e Matt Pelisser, ex-baterista, se uniram com a intenção de compor algumas músicas. Impulsionados pelo atentado terrorista de 11 de setembro de 2001 foi composta a primeira música da banda “Skylines and Turnstiles”. Com a entrada de Ray Toro (guitarrista), Frank Iero (guitarrista de base) e Mikey Way (baixista) ,irmão de Gerard, eles compuseram o primeiro CD “I Brought You My Bullets, You Brought Me Your Love (comumente chamado apenas de “Bullets”).

O nome da banda foi um sugestão de Mikey Way, que na época da criação trabalhava em um biblioteca e o título de um livro de Irvine Welsh chamou sua atenção, “Ecstasy: Three Tales of a Chemical Romance”.

Bullets foi produzido em apenas duas semanas e lançado pela Eyeball Records. As vendas e as críticas mostram o sucesso que foi o álbum, mas o interessante notar, e o que mostra e peculiaridade do My Chemical Romance, é que o som da época era totalmente diferente do que hoje é produzido pela banda, creio que todas as faces do MCR jamais serão conhecidas. Todas as músicas eram carregadas de velocidade, letras furiosas, gritos e até mesmo pouca maturidade, mas o que não diminui a qualidade do CD.


Em 2004, agora pela Reprise Records, é lançado o segundo álbum da banda, “Three Cheers for a Sweet Revenge (Revenge)”, sendo esse um álbum conceitual (que conta uma história), mais precisamente a continuação da música Demolition Lovers, do Bullets. A sonoridade muda drasticamente se comparado com Bullets, sendo mais melódico e com letras carregadas de diversas emoções (tudo isso sem deixar a velocidade garantida pelas guitarras elétricas e pela bateria frenética). Na época do lançamento a banda começa a ter problemas com o baterista e esse é substituído por Bob Bryar.


A história de Revenge inicia se pela morte de um casal de fora-da-lei, que vão o Purgatório. Para que ele possa novamente se encontrar com ela, sua missão é voltar a Terra e matar mil caras maus. Gerard Way é escritor de quadrinhos e nerd assumido, assim em todos seus trabalhos percebe a influência de sua vasta criatividade. A banda passa a assumir um papel de heróis, não somente nos conceitos de seus álbuns, mas também para seus fãs.


Já em 2006 a banda, novamente, muda totalmente o visual e sonoridade e lança The Black Parade, que conta a história de um paciente em estado terminal, morrendo de câncer. Esse CD, em especial, é extremamente interessante ao ser ouvido do começo ao fim, sem interrupções, sendo ligado por histórias fascinantes e muito bem contadas. A sonoridade passa a ser um pouco mais Rock and Roll, a parte instrumental um pouco mais refinada e bem trabalhada.


Disco de Platina e segundo lugar da Billboard, Revenge e The Black Parade, respectivamente, foram mais dois sucessos originando músicas como Helena, I’m not Okay, Welcome to the Black Parade e Mama. Foram os responsáveis pela regravação de “Desolation Row” para a trilha sonora da filmagem de Watchmen.

Durante a turnê do The Black Parade a banda foi acusada de ser um culto a morte e ao suicídio, por um jornal inglês, culpando os de serem os responsáveis pelo suicídio de uma fã da banda. A banda lutou contra tais acusações (totalmente inconsistentes, diga se de passagem) e criou uma onde da preservação a vida e superação entre seus fãs, sua real intenção com todas as subjetivas letras. Esse fato, ao certo, foi um dos responsáveis por mais uma drástica mudança no estilo e na sonoridade da banda ocorrida com o lançamento do mais novo álbum “Danger Days: The True Life of the Fabulous Killjoys.

Danger Days se passa no ano de 2019 e conta como os Killjoys (estraga-prazeres), alter-egos assumidos pelos membros da banda, lutam contra uma corporação dominadora, Better Living Industries. Auxiliados por Dr. Death Defying, o DJ de uma rádio pirata, sendo este último o narrador da história, por assim dizer.



O lançamento de Danger Days também anunciou a saída do baterista Bob Bryar, por motivo de doença (problemas com o punho) e por “atrapalhar o processo criativo da banda”.

Este último CD esta cheio de sintetizadores e efeitos, uma “pegada” mais pop, mas sem deixar de lado a razão pelo qual a banda conseguiu tantos fãs. Nos clipes até agora lançados desse novo álbum há a participação do Grant Morrison, escritor de quadrinhos, grande influência nos quadrinhos do Gerard Way.

Há muito mais detalhes e fatos sobre a banda, mas que esse post possa elucidar um pouco mais as razões de se ouvir esses grandes músicos.

Alguns videos que valem a pena dar uma olhada:

Planetary (Go!)


Helena


Helena (Acústico)


Contato: shadowplayer@espiraldestrutiva.com
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10 comentários:

Anônimo disse...

My chemical romance já FOI uma boa banda, no primeiro e segundo cds.

Anne K. disse...

Muito bom o texto. As palavras usadas e a propriedade que você fala é linda!
Parabéns.

Karin disse...

O MCR é um exemplo de uma boa banda com boas músicas, e que consegue a cada álbum evoluir de uma forma brilhante.
Sou fã da banda desde o primeiro CD e, assim como o som produzido por eles, mudei nesses anos.
A única diferença é que das bandas que eu ouvia na época que conheci o MCR só continuo ouvindo eles. A banda conseguiu evoluir sem perder a essência ou precisar seguir as "modinhas" para fazer sucesso e, ao contrário de outras bandas, não ficou fazendo a mesma coisa pra tentar seguir uma fórmula do dinheiro, ou por não ter a capacidade de evoluir e melhorar o que faz...
Uma banda com um talento indiscutível.
Parabéns pelo seu texto.

Anônimo disse...

Os albúns deles são fascinantes sempre, nunca são músicas apenas. Eles contam histórias através deles. Acho incrível, e a banda tem o direito de mudar a sonoridade quando quiser, isso não vai os tornar pior. Todos os albúns são excelentes, principalmente o 3 cheers for sweet revenge, e the black parade :D

Anônimo disse...

\o/ Adoro!! *-* eu adoro-os!! :b

Mary disse...

Não é atoa que é minha banda predileta, eles não só fazem música eles criam toda uma atmosfera e uma história entorno das canções. Eles são muito, muito criativos e conseguem juntar bem as melhores talentos de cada integrante.

Caio L. disse...

sao foda no 1°, 2°, 3° e 4° cds, demos, b-sides, covers e principalmente ao vivo!

Lucas disse...

criatividade?
eh soh produção,.

Anônimo disse...

Conheci a banda lá pelo ano de 2004/05 e realmente é impressionante você parar e analisar cada álbum, cada música e cada verso pois você encontrará uma mensagem inscrita em cada passagem.

O Danger Days, como se esperava, foi um álbum conceitual e caso você o ouça sem parar ao fim do CD você sente a sensação de ter lido um livro do começo ao fim.

Ainda acho o The Black Parade o melhor álbum deles, chega a ser assustador a criação do conceito do álbum, todo ele mostra detalhadamente a passagem do personagem principal até o mundo dos mortos, os clipes, as letras das músicas e a arte do álbum contribuem positivamente para isso.

Sei que estou puxando muita lenha para o MCR, admito sou muito fã da banda, mas honestamente não consigo ver uma banda atual que consiga fazer um trabalho tão complexo e que consigam desempenhá-lo com tamanha maestria como o MCR.

Rosa disse...

Até hoje não encontrei nenhuma outra banda que tenha evoluído tanto em cada CD lança.Depois do Black Parade pensei que talvez não surpreendem-se mais,mas quando ouvi as novas músicas notei uma grande evolução.A mudança na sonoridade ou estilo de música só mostra que são uma banda rara que cada vez captará mais adeptos.Não é qualquer um que tem a capacidade de apreciar toda a essência mágica das suas músicas e a história por detrás delas.Ouvi-las é como ver um filme,é apelar ao nosso imaginário.Ver a qualidade deste grupo não está ao alcance de todos.

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