É célebre a frase de Sócrates, que sabiamente diz "Apenas sei que nada sei". É mais do que comum nos encontrarmos em um estado de arrogância, onde acreditamos possuir grande conhecimento sobre diversos fatos da vida, mas (quando nossa arrogância tem limites) eventualmente percebemos nossa ignorância.
Devo citar a ciência, que apesar de muitas vezes ser erroneamente considerada "dona da verdade", possui como grande qualidade admitir sempre a possibilidade de estar incorreta, através da Falseabilidade, além de possuir mecanismos para (tentar) detectar este tipo de situação.
O meu objetivo é comentar alguns conceitos que não nos intrigam, pois nos conformamos num entendimento superficial, mas que são mais profundos do que imaginamos.
Continua...
EXEMPLO 1: Números grandes
Quem não gosta de matemática já tem a sua desculpa, mas percebi que temos muita dificuldade em lidar com números grandes. O que me fez perceber isso foi uma frase do Spok (Star Trek), que em algum episódio (não me lembro qual) diz ao Capitão Kirk "Para vocês humanos é mais fácil entender a morte de um do que de um milhão.". Pensando posteriormente nesta frase, comecei a dimensionar alguns dos desastres naturais (ou não) recentes, e percebi que não consigo dar a dimensão que eles têm. Não consigo diferenciar dez mil mortes de cem mil mortes. Deveria ser dez vezes mais triste, mas não consigo perceber. Eu não entendo. Buscando uma explicação, comecei a quantificar tudo o que faz parte da minha vida: quantos amigos tenho/tive/vou ter, quantos dias já vivi, qualquer número maior é simplificado em um grupo: UM milhão, UM trilhão. Não faz parte do nosso dia a dia. Nem precisamos entender grandes quantidades.
EXEMPLO 2: Infinito
Se já não entendemos números grandes, o que dirá do infinito? Aparentemente um conceito tão simples, tão claro, mas que também não entendemos. Digo, pelo menos eu. O que percebi é que muita gente confunde com um número muito grande, mas que está tão longe do infinito quanto o 0. É tão abstrato que é difícil citar um exemplo concreto de algo infinito, tirando a estupidez humana (palavras de Einstein). Os estudantes de matemática talvez entendam melhor o conceito. Muitas vezes esbarramos em eternidade quando pensamos no assunto, e eternidade é o tempo em quantidade infinita. Fuuuu! E isso por que ainda não vimos o ->
EXEMPLO 3: Tempo
Ora, mas como assim? Tempo??!! Mais uma coisa que não entendo completamente. O que me colocou em dúvida foi um trecho de um livro do Brian Greene (Universo Elegante), onde ele diz que não conseguimos definir tempo sem recorrer ao conceito de tempo. Se dissermos que tempo é o que passa, percebemos que o que passa é o tempo (confuso não?), ou se dissermos que tempo é o futuro que se transforma em passado, estamos utilizando outros dois conceitos que se baseiam no tempo, mais uma vez sem chegar a lugar algum. É muito difícil descrever o tempo, assim como é difícil descrever o espaço. Conseguimos perceber os dois, mas pense um pouco mais sobre o assunto e vai perceber que vai ficar em dúvida também. Fuuuuuu!
Acredito que exemplos não vão faltar. Se pensar demais, vai ver que nossa percepção do mundo é muito vaga. A lição que fica é desafiar os conceitos já formados, e ainda mais os preconceitos. Questionar tudo e todos, para talvez descobrir coisas que estão na nossa cara e não vemos. Somos enganados todos os dias, mas não precisa ser assim. Nunca siga o protocolo.
4 comentários:
eis o melhor post!
Existe uma idaia que eu gosto de usar, para este assunto.(os matematicos vão adorar)
Existe o conjunto de todo o conhecimento do Universo (C).
Exite o conjunto das coisas que não sei(N)e o conjunto das coisas que sei (S)
S U N = C
Sendo C = infinito e S = finito
então N = infinito
Qualquer soma de um valor infinito resultará em infinito =P
Óra pois, imaginamos que há finito, mas estamos redondamente enganados. Pois nada se cria ou finda, tudo se transforma. Temos terror ao desconhecido porque nada conhecemos, infinito é muito complicado para poder entender, nem mesmo os mais sábios o conseguiram ou conseguirão..
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