quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Opinião sobre "O Ritual" (The Rite)


“O ritual”(The Rite) é um suspense (ou como eu prefiro defini-lo, terror psicológico) de Mikael Hafström, estrelado por Colin O'Donoghue, Anthony Hopkins e a brasileira Alice Braga. O filme conta a história de Michael Kovak, interpretado por Colin O’Donoghue, um jovem guiado ao caminho do celibato, apesar de seu ceticismo, que será espectador de fenômenos que desafiaram seus conceitos e sua lógica.

O filme inicia se narrando fatos da infância de Michael Kovak, que faz parte de uma família na qual seus integrantes, de acordo com a tradição, continuam com o negócio da família, uma empresa funerária, ou partem para o celibato.


Devido a experiências relacionadas à morte da própria mãe (o que acarretou seu ceticismo), além de outros fatores pessoais, Michael não pretende dar continuidade a empresa funerária e resolve partir para a batina. Tal decisão já era baseada na possibilidade de desistir do celibato, alegando falta de vocação, isto porque Michael aspira ter uma vida “normal” (não que o celibato não seja), longe das obrigações familiares e religiosas.

Após anos de estudo para se tornar um padre, Michael finalmente expõe o desejo de desistir desse caminho, com a alegação comentada anteriormente, porém um padre acredita em sua vocação e lhe propõe (impõe) que participe de um curso de exorcismo, ministrado no Vaticano, para que, após o curso, sua decisão seja possivelmente revista.

Já no vaticano, Michael conhece o padre Lucas (Anthony Hopkins), um exorcista, que lhe apresenta situações que colocaram toda a sua falta de crendice em jogo.

O filme mostra o exorcismo de maneira “mais próxima de nossa realidade”. A frase anterior deve ser interpretada assim como um dos comentários do padre Lucas para Michael, após a realização de um exorcismo: “Sim, já acabou. O que você esperava? Mais sopa de ervilhas?”.

Muitas das pessoas com as quais debati o filme queixaram se exatamente deste fator, a falta de cabeças girando 360°, vomito em abundância, contorcionismo na descida de escadas, mas para mim esse ponto traz certa autenticidade, que gera veracidade, ou possibilidade, por assim dizer.

O demônio ao incorporar em alguém tem como principal arma o conhecimento. Na situação do exorcismo o demônio tem a capacidade de conhecer todos os segredos mais íntimos, medos e falhas no caráter das pessoas envolvidas no momento.


O que originou meu fascínio por esse filme foi exatamente isso, a elegância com o qual o demônio age sobre a mente de outro individuo, como atacá-lo utilizando a própria estrutura emocional de sua vítima e deste modo destroçá-lo psicologicamente. Não são necessários extravagâncias (mas existem moderadamente) como rostos monstruosos, vozes demoníacas ou qualquer elemento que leve ao medo pela simples receio do desconhecido, o pior inimigo a se lidar é você mesmo.

Talvez o método utilizado para impor uma pequena dose dos elementos extravagantes acima citados é o fato de Michael ser cético, isso possibilita que, ao ter que rever suas crenças perante acontecimentos perturbadores, o medo do desconhecido seja imposto a ele e ao mesmo tempo ao espectador.

A parte negativa do filme, em minha opinião,não está no filme propriamente dito, trata se do simples fato de excessiva importância dada Anthony Hopkins. Você leu corretamente, a Anthony Hopkins, não estou falando nem do padre Lucas, mas sim do maçante holofote que se mantêm sobre o astro.

Anthony Hopkins é um incrível ator, claramente, mas o filme não é sobre ele, mas sim sobre Michael Kovak. Observe trailers, pôsteres, ou qualquer conteúdo sobre o filme, lá estará Hopkins com seu olhar de Hannibal Lecter, garantindo milhões aos responsáveis pelo filme. Não se trata exatamente de algo que vá prejudicar a qualidade do filme,mas ao meu ver, se torno incomodo esse tipo de garantia financeira.



Sem sombra de dúvida "O Ritual" é um ótimo filme, impondo constante tensão ao espectador, um prato cheio para os fãs de suspense.


Trailer



Contato: shadowplayer@espiraldestrutiva.com
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